No dia 4 de outubro de1989, um carregamento de 100 macacos provenientes das Filipinas chegou ao viveiro de símios da Hazelton Biomedical Supply Company, em Reston, no estado da Virgínia, Leste dos EUA. A construção é um pequeno edifício vizinho de uma lanchonete McDonald ‘s e de uma escola para crianças. Ali, os animais ficaram em quarentena para serem vendidos a laboratórios de pesquisas médicas. Poucos dias depois de sua chegada, entretanto os macacos da Hazelton começaram a ficar doentes. Um muco esverdeado escorria por suas narinas. Os pulmões ficaram coagulados e entraram em pane. A respiração, em conseqüência, se tornou ofegante e difícil. Os intestinos se transformaram numa pasta com a consistência de um purê e simplesmente se dissolveram. Um por um, os símios foram dizimados. Os cientistas, impotentes e aparvalhados diante do drama, se convenceram de que aqueles animais eram vítimas do Ebola, um dos mais letais vírus conhecidos pela ciência. Foram dias de pavor, até que se descobriu que aquele microrganismo, felizmente só era letal para os macacos.
Um tipo de microrganismo, o Ebola-Reston, de fato, só mata símios. Mas os Ebolas-Masburg, Zaire e Sudão dizimam mesmo uma pessoa em poucas horas. Os cientistas acreditam que estes vírus tiveram origem no interior da caverna Kitum, nas Savanas do Quênia, na África Oriental. Mas ninguém conhece exatamente quantas e que tipo de criatura selvagem daquelas plagas carregam o microrganismo. No entanto é certo que o Ebola tem uma rara habilidade de infectar e matar qualquer um, de singelos porquinhos-da-índia a musculosos halterofilistas. Sua ação perversa coagula o sangue, acabando com o abastecimento de nutrientes-chave do corpo. Além disso, devora os tecidos que ligam um ao outro, fazendo com que suas vítimas, literalmente, tussam para fora suas entranhas dissolvidas. Não há cura nem prevenção para essa doença.
Nos últimos 25 anos, três tipos diferentes do Ebola surgiram entre os humanos. Primeiro foi em Marburg, no centro da Alemanha, em 1967, quando o vírus atacou dois pesquisadores que trabalhavam com macacos importados da áfrica. Isolado, o vírus recebeu o nome da cidade. Depois apareceu no Sudão, em 1976. Dizimou centenas de pessoas e desapareceu. Por último, no mesmo ano surgiu no Zaire, onde acabou com as populações de dezenas de pequenas aldeias do interior do país. Entre os tipos conhecidos do Ebola, o do Zaire é o considerado mais feroz. Ele mata e infecta instantaneamente qualquer pessoa que tenha tido contato com os contaminados. O único tipo que aparece não ser letal ao homem é aquele que emergiu entre os macacos de Reston. Pelo sim, pelo não, as autoridades americanas incineraram os corpos dos bichos mortos.
Vírus e bactérias que infectam organismos e matam ocorrem porque há invasões indiscriminadas em toda a natureza. Com isso, o ser humano entra em contato com microrganismos que habitam outros animais e ecossistemas próprios. “Os invasores, na realidade, somos nós”, define o infectologista Francisco Pinheiro, da Organização Pan-americana de Saúde. Sem defesa, a humanidade está à mercê da sorte. E não só do Ebola. Somente na floresta Amazônica se conhecem pelo menos 50 vírus igualmente perigosos. E os cientistas acreditam que há centenas a serem descobertos. A cada momento, se tem notícia de novas enfermidades provocadas por seres microscópicos até então desconhecidos. Por isso recebem o nome de vírus emergentes.
(Adaptado de GULLO, Carla, “Pequenos assassinos”. Isto É, 5 abr.1995)
Nos últimos 25 anos, três tipos diferentes do Ebola surgiram entre os humanos. Primeiro foi em Marburg, no centro da Alemanha, em 1967, quando o vírus atacou dois pesquisadores que trabalhavam com macacos importados da áfrica. Isolado, o vírus recebeu o nome da cidade. Depois apareceu no Sudão, em 1976. Dizimou centenas de pessoas e desapareceu. Por último, no mesmo ano surgiu no Zaire, onde acabou com as populações de dezenas de pequenas aldeias do interior do país. Entre os tipos conhecidos do Ebola, o do Zaire é o considerado mais feroz. Ele mata e infecta instantaneamente qualquer pessoa que tenha tido contato com os contaminados. O único tipo que aparece não ser letal ao homem é aquele que emergiu entre os macacos de Reston. Pelo sim, pelo não, as autoridades americanas incineraram os corpos dos bichos mortos.
Vírus e bactérias que infectam organismos e matam ocorrem porque há invasões indiscriminadas em toda a natureza. Com isso, o ser humano entra em contato com microrganismos que habitam outros animais e ecossistemas próprios. “Os invasores, na realidade, somos nós”, define o infectologista Francisco Pinheiro, da Organização Pan-americana de Saúde. Sem defesa, a humanidade está à mercê da sorte. E não só do Ebola. Somente na floresta Amazônica se conhecem pelo menos 50 vírus igualmente perigosos. E os cientistas acreditam que há centenas a serem descobertos. A cada momento, se tem notícia de novas enfermidades provocadas por seres microscópicos até então desconhecidos. Por isso recebem o nome de vírus emergentes.
(Adaptado de GULLO, Carla, “Pequenos assassinos”. Isto É, 5 abr.1995)
ROTEIRO DE ESTUDO
- Qual o título do texto?
- Qual a origem dos cem macacos?
- Qual a doença que atacou os macacos?
- Quais os outros locais que a mesma doença atacou outros indivíduos?
O que o trecho “de singelos porquinhos-da-índia a musculosos halterofilista” quer nos dizer? - Por que vírus e bactérias passam a infectar repentinamente os humanos?
- Que mensagem o texto vem nos trazer sobre o comportamento humano?
- Quem é o autor ou autora do texto?
Bom trabalho!