segunda-feira, 1 de setembro de 2008

AS FLORESTAS EM EXTINÇÃO

As florestas são, sem dúvida, o habitat mais rico e diversificado do planeta. Entretanto, são elas as maiores vítimas da tendência destruidora dos homens. As florestas tropicais do mundo estão sendo dizimadas a uma velocidade impressionante. Todo ano, 4 a 5 milhões de hectares são completamente destruídos. Isso significa que, a cada minuto, 12 a 20 hectares desaparecem do mundo diariamente. Além disso. Uma espécie animal é extinta a cada meia hora.
Todas as grandes florestas tropicais encontram-se sob ataque semelhante. Até bem pouco tempo, a África estava perdendo suas florestas a um ritmo de 2 milhões de hectares por ano, o mesmo sucedendo com o Sudeste Asiático. A América Central tem hoje apenas um terço das florestas que possuía há 30 anos.
Por que as florestas estão desaparecendo a uma velocidade tão alta? A resposta está nas necessidades dos homens, que cortam árvores pensando no benefício imediato que isso lhes trará. Em países com florestas tropicais, a maioria da população camponesa está envolvida em algum tipo de atividade agrária de pequena escala. Para essas pessoas a floresta não possui valor em si, mas admitem que, cortando as árvores e limpando o terreno, podem conseguir uma valiosa terra cultivável. Simultaneamente, a madeira é responsável pela entrada de divisas necessárias para muitos países pobres ou em desenvolvimento.
Com a tecnologia moderna, nunca foi tão fácil cortar as árvores no processo de desmatamento. Máquinas pesadas, como moto serras, tratores e guindastes, são capazes de devastar enormes áreas de selva fechada com muito mais eficiência do que com os antigos machados.
Mas há outras razões por detrás do desmatamento, além da extração da madeira. Os países em desenvolvimento precisam cada vez mais de estradas, represas, diques, canais, rede elétrica, tubulações para saneamento, incremento da construção civil, etc. As florestas que estejam no meio do caminho são obstáculos indesejáveis pra a marcha do progresso. Hoje em poucos meses, pode-se converter uma grande extensão de floresta virgem em enormes plantações ou fazenda de gado.
Pode ser deplorável_, mas compreensível_ que as florestas tenham de ser destruídas para ceder lugar ao crescimento e à expansão, tão necessários aos países em desenvolvimento. Mas, infelizmente florestas destruídas não significam terras adequadas para atividades agrícolas ou pecuárias. O solo da floresta é velho demais e já sustentou o ciclo de crescimento de inúmeras gerações de plantas. Sendo pobre em nutrientes, as culturas agrícolas tradicionais nele plantadas não se desenvolvem tão bem como as plantas nativas, especialmente adaptadas a esses solos.

(Extraído de BANKS, Martin. Preserve as florestas tropicais. São Paulo, Scipione,1992)
Para trabalhar em equipe mínimo 4 máximo 6

1. Qual o tema central do texto?

2. Procure seu professor de geografia e peça para que exemplifique obras que estão ocorrendo em Salvador, que estão causando os problemas citados no texto. E ao seu professor de matemática que lhes explique ou exemplifique uma área relacionada à unidade de medida hectare.

3. Veja jornais ou consulte sites relacionados aos dias 27 e 28 de agosto e relacione o tema aos conflitos gerados por índios e fazendeiros, numa determinada região do país. De acordo com o texto analise a postura de cada um.

4. Relacione o tema do texto ao planejamento familiar.

domingo, 27 de julho de 2008

Pequenos assassinos

No dia 4 de outubro de1989, um carregamento de 100 macacos provenientes das Filipinas chegou ao viveiro de símios da Hazelton Biomedical Supply Company, em Reston, no estado da Virgínia, Leste dos EUA. A construção é um pequeno edifício vizinho de uma lanchonete McDonald ‘s e de uma escola para crianças. Ali, os animais ficaram em quarentena para serem vendidos a laboratórios de pesquisas médicas. Poucos dias depois de sua chegada, entretanto os macacos da Hazelton começaram a ficar doentes. Um muco esverdeado escorria por suas narinas. Os pulmões ficaram coagulados e entraram em pane. A respiração, em conseqüência, se tornou ofegante e difícil. Os intestinos se transformaram numa pasta com a consistência de um purê e simplesmente se dissolveram. Um por um, os símios foram dizimados. Os cientistas, impotentes e aparvalhados diante do drama, se convenceram de que aqueles animais eram vítimas do Ebola, um dos mais letais vírus conhecidos pela ciência. Foram dias de pavor, até que se descobriu que aquele microrganismo, felizmente só era letal para os macacos.
Um tipo de microrganismo, o Ebola-Reston, de fato, só mata símios. Mas os Ebolas-Masburg, Zaire e Sudão dizimam mesmo uma pessoa em poucas horas. Os cientistas acreditam que estes vírus tiveram origem no interior da caverna Kitum, nas Savanas do Quênia, na África Oriental. Mas ninguém conhece exatamente quantas e que tipo de criatura selvagem daquelas plagas carregam o microrganismo. No entanto é certo que o Ebola tem uma rara habilidade de infectar e matar qualquer um, de singelos porquinhos-da-índia a musculosos halterofilistas. Sua ação perversa coagula o sangue, acabando com o abastecimento de nutrientes-chave do corpo. Além disso, devora os tecidos que ligam um ao outro, fazendo com que suas vítimas, literalmente, tussam para fora suas entranhas dissolvidas. Não há cura nem prevenção para essa doença.
Nos últimos 25 anos, três tipos diferentes do Ebola surgiram entre os humanos. Primeiro foi em Marburg, no centro da Alemanha, em 1967, quando o vírus atacou dois pesquisadores que trabalhavam com macacos importados da áfrica. Isolado, o vírus recebeu o nome da cidade. Depois apareceu no Sudão, em 1976. Dizimou centenas de pessoas e desapareceu. Por último, no mesmo ano surgiu no Zaire, onde acabou com as populações de dezenas de pequenas aldeias do interior do país. Entre os tipos conhecidos do Ebola, o do Zaire é o considerado mais feroz. Ele mata e infecta instantaneamente qualquer pessoa que tenha tido contato com os contaminados. O único tipo que aparece não ser letal ao homem é aquele que emergiu entre os macacos de Reston. Pelo sim, pelo não, as autoridades americanas incineraram os corpos dos bichos mortos.
Vírus e bactérias que infectam organismos e matam ocorrem porque há invasões indiscriminadas em toda a natureza. Com isso, o ser humano entra em contato com microrganismos que habitam outros animais e ecossistemas próprios. “Os invasores, na realidade, somos nós”, define o infectologista Francisco Pinheiro, da Organização Pan-americana de Saúde. Sem defesa, a humanidade está à mercê da sorte. E não só do Ebola. Somente na floresta Amazônica se conhecem pelo menos 50 vírus igualmente perigosos. E os cientistas acreditam que há centenas a serem descobertos. A cada momento, se tem notícia de novas enfermidades provocadas por seres microscópicos até então desconhecidos. Por isso recebem o nome de vírus emergentes.
(Adaptado de GULLO, Carla, “Pequenos assassinos”. Isto É, 5 abr.1995)
ROTEIRO DE ESTUDO
  1. Qual o título do texto?
  2. Qual a origem dos cem macacos?
  3. Qual a doença que atacou os macacos?
  4. Quais os outros locais que a mesma doença atacou outros indivíduos?
    O que o trecho “de singelos porquinhos-da-índia a musculosos halterofilista” quer nos dizer?
  5. Por que vírus e bactérias passam a infectar repentinamente os humanos?
  6. Que mensagem o texto vem nos trazer sobre o comportamento humano?
  7. Quem é o autor ou autora do texto?

Bom trabalho!

Mico-leão-dourado